Setor aeronáutico vive nova fase de expansão
Buscar se fortalecer em outras áreas de atuação, para reduzir a dependência dos resultados do setor automotivo, é o caminho de muitas empresas da região, em meio ao cenário das vendas retraídas de veículos. Esse tem sido o foco da Serra do Brasil, fabricante de dispositivos e máquinas para soldagem, com sede em São Bernardo, que tem procurado ganhar presença na indústria aeronáutica, com projetos de engenharia, ferramentas e peças para a montagem de aeronaves.
Filial da multinacional espanhola Aernnova, a empresa, que tem fábrica no bairro Pauliceia, tem se preparado para crescer no segmento aeroespacial. No início deste ano, se transferiu para imóvel duas vezes maior do que o anterior (que ficava nas proximidades do atual), e que conta com 5.000 m² de terreno, com 2.600 m² de piso de fábrica, mais 600 m² de salas de escritório, com investimento de R$ 3 milhões. A companhia já é tradicional no fornecimento de máquinas para soldagem de componentes automotores. Tem, entre os clientes, nomes de peso como Fiat, Mercedes-Benz, Renault, Peugeot, Volkswagen e Ford, entre outras, e no ano passado, 70% de seu faturamento anual (de R$ 30 milhões) foi proveniente desse segmento. O setor aeroespacial não é desconhecido da Serra, que teve 26% de sua receita proveniente do ramo em 2013. Já atende, por exemplo, a Embraer, tendo participado do projeto de engenharia e fornecido equipamentos para montagem de partes estruturais (da fuselagem) do KC-390 – avião cargueiro que substituirá o modelo Hercules a partir de 2016. O diretor-executivo Rafael Ronconi cita que, neste ano, o fornecimento para a indústria aeronáutica responderá por 55% do faturamento, enquanto montadoras e autopeças vão contribuir com 40%. No entanto, este é um ano atípico, em que as encomendas para montadoras mostraram queda de 45%, o que será decisivo para a receita encolher cerca de 35% – de R$ 30 milhões em 2013 para R$ 20 milhões em 2014. A ideia é, para os próximos anos, manter entre 30% e 40% das vendas oriundas do setor aeronáutico.LOCALIZAÇÃO - Ronconi destaca que a localização da empresa, no Grande ABC, é estratégica, por causa da proximidade com montadoras e autopeças, e da logística facilitada (por causa do Rodoanel e das rodovias Imigrantes e Anchieta) que permite contato com o mercado aeronáutico, bastante concentrado em São José dos Campos. Além disso, ele considera que São Bernardo tem boas condições de se tornar um segundo polo da indústria de aeronaves, principalmente em razão da fábrica que será erguida no município pela multinacional sueca Saab em parceria com o grupo Inbra, de Mauá, para montagem de aeroestruturas do caça Gripen NG, que será fornecido à FAB (Força Aérea Brasileira). Por conta do interesse em participar como fornecedor dessa planta fabril, a Serra deverá integrar missão empresarial à Suécia, organizada pela secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, de hoje (22) até sexta-feira (26).
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